Agora líder, Toyota tende a reduzir a marcha
25/04/2007
Por Amy Chozick em Tóquio e Norihiko Shirouzu em Detroit
A Toyota Motor Corp. ultrapassou a General Motors Corp. em vendas trimestrais pela primeira vez, um fato que ressalta a profunda mudança ocorrida na indústria automobilística mundial antes dominada pelas Três Grandes de Detroit.
Ultrapassar a GM nas vendas mundiais, ainda que apenas num trimestre, é um feito que coroa a notável expansão da montadora japonesa, que tinha pouco mais de metade do volume de vendas da rival americana uma dúzia de anos atrás. Mas a Toyota também tem de lidar com alguns dos desafios de ser grande: a empresa teve mais recalls nos Estados Unidos, sua equipe de engenharia tem dificuldades para dar conta de uma gama crescente de veículos e a empresa até se tornou um alvo de críticas de alguns grupos ambientalistas.
Além disso, a batalha pelo domínio do mercado mundial vai nos próximos anos migrar dos EUA — onde a Toyota se beneficiou durante anos de um legado de erros das montadoras de Detroit — para mercados emergentes como China e Índia, onde a GM é um rival mais forte e empresas locais cheias de energia estão aprendendo a competir ao seguir a cartilha da própria Toyota.
(...) A empresa decidiu no ano passado adiar os lançamentos de alguns novos modelos em até meio ano para desacelerar o ritmo de desenvolvimento de produtos, de modo que os engenheiros possam realizar mais testes de qualidade, como a montagem de protótipos. Watanabe disse ao Wall Street Journal no ano passado que seus engenheiros podem ter em alguns casos apressado o lançamento de produtos, pulando esses testes e confiando demais em simulações de computador para assegurar a qualidade. (...)
Para a GM, o salto da Toyota pode ser um ponto a favor, enquanto seu presidente Rick Wagoner tenta acelerar cortes de custos e melhorar a rentabilidade na América do Norte. A GM está dentro do cronograma para obter cortes de US$ 9 bilhões em despesas fixas este ano, ante 2006, mas analistas dizem que ela precisa ainda cortar quase a mesma quantia. Por mais de um ano, a empresa seguiu uma estratégia de reduzir capacidade e abdicar de vendas pouco lucrativas para frotas de locadoras nos EUA, reconhecendo na prática que estava pagando um preço muito alto para ser a número 1.
"É melhor vender 4 milhões (de veículos) com lucro de US$ 5.000 (em cada) do que 5 milhões sem lucro", disse este ano o vice-presidente do conselho da GM, Bob Lutz.
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25 abril 2007
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