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24 fevereiro 2007

SEC condena executivos brasileiros

Do Estado de ontem:

Ex-diretores da Sadia e do ABN Amro fecham acordo com a SEC, xerife do mercado americano
Agnaldo Brito Mônica Ciarelli


SEC: A Securities and Exchange Comission (SEC) americana, equivalente à brasileira Comissão de Valores Mobiliários, entrou com ações civis contra o ex-diretor da Sadia, Luiz Murat, e o ex-funcionário do banco ABN Amro Real, Alexandre Ponzio de Azevedo, por terem comprado ações da Perdigão com informações sigilosas.

A primeira reunião: No dia 7 de abril de 2006, representantes de um banco de investimentos, Luiz Murat e outros diretores da Sadia discutiram a possibilidade de que a empresa fizesse uma oferta pela Perdigão. Neste mesmo dia, segundo a SEC, em detrimento do sigilo e da confiança que devia à Sadia, Murat adquiriu ações da Perdigão. Repetição: No dia 29 de junho, Murat adquiriu mais ações. No total, foram 45,9 mil, a US$ 20,57 por ação.

A oferta: No dia 16 de julho, a Sadia fez sua oferta de R$ 3,7 bilhões pela Perdigão. No dia seguinte, as ações da Perdigão subiram, fechando a US$ 24,5 - valor 21% acima da semana anterior. No dia 18, a Perdigão rejeitou a oferta, e no dia 20 a Sadia anunciou uma proposta revisada de US$ 3,88 bilhões. A queda: No dia 21 de julho, às 13h50, Murat telefonou para seu corretor e pediu que vendesse todas as ações da Perdigão. Porém, voltou atrás e vendeu apenas um terço das ações (15,3 mil papéis). Neste dia, a Perdigão recusou a oferta e a Sadia desistiu do negócio. Murat já fizera a venda, e nas horas seguintes as ações caíram de US$ 26,57 para US$ 22,75.

Lucro: Com a venda das ações baseadas em informações sigilosas, Murat obteve US$ 180,4 mil.

Banco: No caso de Alexandre Ponzio deAzevedo, a compra foi de 14 mil ações no dia 20 de junho. O ex-funcionário do banco fazia parte da equipe que estruturava o financiamento da proposta da Sadia. No dia 17 de julho, ele vendeu 10,5 mil ações e obteve ganhos de US$ 52,2 mil. O ex-diretor financeiro da Sadia, Luiz Gonzaga Murat Junior, e o ex-funcionário do ABN Amro Real, Alexandre Ponzio de Azevedo, fecharam acordo com a Securities and Exchange Comission (SEC, responsável pela vigilância do mercado de ações americano) e pagarão, juntos, US$ 364 mil em penalidades. Os dois são acusados de usar informações privilegiadas, que não eram de acesso público, para negociar ações quando a Sadia tentou comprar a Perdigão, em julho do ano passado.


O gráfico da cotação da Perdigão na bolsa de Nova Iorque encontra-se abaixo.

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