Da Gazeta de hoje:
Acidentes de trânsito têm custos assustadores
Gazeta Mercantil
4 de Janeiro de 2007 - Quantificar o problema pode ser o primeiro passo para tentar uma solução. Os acidentes de trânsito no Brasil estão entre as principais causas de mortes, segundo o Ministério da Saúde. Se essa constatação já não significasse uma tragédia em si, o que dizer dos custos envolvidos e suas repercussões na economia do País extrapolando para muito além dos envolvidos diretamente? À procura de respostas, o Denatran promoveu e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) executou o estudo Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras.
O relatório final acaba de ser publicado, depois de analisadas as estatísticas de estradas federais e estaduais (sete unidades da federação), entre julho de 2004 e junho de 2005. O custo anual atingiu nada menos de R$ 22 bilhões. Segundo o Ipea, "a maior parte refere-se à perda de produção, associada à morte das pessoas e interrupção das atividades também dos feridos, seguido dos custos de cuidados em saúde e aos associados aos danos nos veículos". No estudo anterior, entre 2001 e 2003, centrado nas aglomerações urbanas e utilizando a mesma metodologia, o instituto havia contabilizado outros R$ 5,3 bilhões. Somando-se, o total alcança R$ 28,3 bilhões ou 1,54% do PIB (tudo o que o País produz por ano). Significa metade do crescimento atual da economia.
Na realidade, trata-se de análise conservadora por deixar de incluir os mortos até 30 dias após o acidente, bem como o tempo perdido nos congestionamentos, despesas judiciais, locação durante imobilização do veículo e outros ônus. Cada pessoa morta custa exatos R$ 270.165,00 e o total do acidente sobe a R$ 418.341,00. Um ferido representa R$ 36.305,00 e R$ 86.032,00, respectivamente.(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 3)(Fernando Calmon)
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