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14 novembro 2006

Risco Brasil aumenta

Agência aponta riscos políticos para negócios no país


MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES
A reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi suficiente para reduzir o risco político para quem pretende investir no Brasil.
A avaliação foi feita pela consultoria de segurança Control Risks Group, baseada em Londres, e consta do "Mapa de Risco 2007", divulgado ontem.
O estudo avalia os riscos que os negócios podem enfrentar nas áreas política e de segurança em diversos países do mundo, classificando-os por níveis que vão de "insignificante" até "extremo".
O Brasil foi classificado como sendo de risco político médio, o que significa que há uma chance moderada de que os negócios sejam afetados negativamente por decisões de Executivo, Legislativo ou Judiciário.
A análise política também leva em conta a capacidade de grupos não-estatais -como sindicatos, lobistas, crime organizado- de prejudicarem os investimentos no país.
"A classificação reflete as dificuldades que Lula deve ter em seu segundo mandato, sendo obrigado a negociar para formar uma coalizão", disse Nicholas Watson, analista da Control Risks especializado no Brasil, em entrevista à Folha.
"O risco médio também reflete a persistência da corrupção no sistema político brasileiro, além dos problemas causados pela burocracia do Estado e pela fraqueza de algumas de suas instituições políticas."
O "Mapa de Risco 2007" tem um capítulo dedicado exclusivamente ao Brasil, intitulado "Dores do Crescimento".
Nele, o governo Lula é elogiado por ter aumentado a participação internacional do Brasil, mas há uma crítica ao mau desempenho econômico em comparação com Rússia, Índia e China -os demais países do Bric (bloco das maiores economias em desenvolvimento).
"O Brasil está arriscado a ser visto como o primo pobre do grupo, pois teve o menor crescimento econômico em 2005 e responde por menos de 1% do comércio mundial", diz o texto.

Segurança
Na análise do impacto da segurança para os negócios, o país ganhou classificação geral no nível baixo, mas Rio, São Paulo, Salvador e Recife -além da área da Tríplice Fronteira com Paraguai e Argentina- têm riscos considerados médios.
Os riscos de segurança para os negócios consideram a ação do crime organizado, de seqüestradores, hackers e oficiais corruptos, além da capacidade do governo de agir contra o crime.


Folha de S. Paulo, 08/11/2006

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