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09 novembro 2006

Para entender a bolsa

Razões para aprender como funciona a bolsa de valores
Marcos Elias
08/11/2006

Você é médico? Engenheiro? Advogado? Um psiquiatra famoso e, assim como seus colegas que cobram mil reais por consulta, não tem dado atenção à gestão da sua poupança? Já sei! Não é nada disso... Você não se formou, faturou alto e hoje utiliza a técnica de comprar mais um imóvel sempre que tem recursos suficientes? Você é pai e quer fazer um plano de previdência para os filhos? Vendeu sua empresa? A fazenda da sua avó? Recebeu herança? Se uma dessas situações é o seu caso, você tem um encontro marcado com o mercado de ações e, ao contrário do que possa pensar, esse encontro é inevitável e se dará em breve.

Investir em ações no Brasil tem sido um mito! Algo reservado apenas para especuladores ou especialistas. Mas o mito, dizia Fernando Pessoa, em "Mensage", "é o nada que é tudo", e "assim a lenda escorre a entrar na realidade..." Então é hora de conhecermos como funciona este mercado porque ele absorverá grande parte da poupança nacional. E por que isso aconteceria? A resposta, você verá entre as 50 razões que seguem:

1. Os juros cairão nos próximos anos no Brasil mais agudamente do que em qualquer outro lugar do planeta e o CDI, que outrora te fizera silenciosamente (e até involuntariamente) rico, hoje não mais o fará;

2. Não há porque entender que o real se desvalorizará frente às moedas estrangeiras e, portanto, não valerá a pena voltar a comprar dólares;

3. Regra básica: só rentabilizará a poupança doravante quem se dedicar à sua gestão e escolher os assessores certos. Acabou o "free lunch";

4. Uma inevitável reforma tributária beneficiará em grande instância as empresas listadas;

5. Hoje, com o aprimoramento das práticas de governança corporativa, ações são realmente frações do capital de uma empresa;

6. Na bolsa, há companhias com grandes vantagens competitivas globalmente (e elas são imbatíveis);

7. A reforma política virá, inevitavelmente;

8. Mais rapidamente ou não, o Brasil se aproximará do "investment grade", com a reforma da legislação trabalhista, privatização do IRB e formalização da independência do BC;

9. Há R$ 60 bilhões de dividendos reinvestidos todos os anos na bolsa, mantendo uma pressão de compra;

10. As fundações migrarão da renda fixa para a renda variável;

11. A bolsa brasileira, comparada à outras emergentes, é barata, e isso continuará a atrair o estrangeiro;

12. Ao investir em ações, posterga-se o pagamento de imposto de renda para a data em que houve ganho de capital;

13. Nos últimos quatro anos, a bolsa tem superado o CDI;

14. Há 400 opções de investimentos em ações e estas requerem menos capital e são mais rentáveis do que se investir em uma franquia do McDonalds. Afora o trabalho!;

15. É facílimo operacionalizar uma conta em uma corretora;

16. Comprando ações, você pode ter a excelente gestão dos Setubal, o pessoal da AmBev, o genial Salim Matar, o obstinado Nildemar Secchis, etc, trabalhando para você!;

17. A liquidez das ações, ao contrário do que acontece no caso dos imóveis, é bastante elevada, e você não terá problemas em encontrar mercado para vender alguns milhões de reais de sua carteira por dia;

18. Se você gosta de imóveis, pode comprar ações de Cyrela, Company, Rossi, João Fortes, etc;

19. Se você comprasse, por exemplo R$ 100 mil em ações, e dez anos depois essas ações valessem R$ 1 milhão e você ainda as detivesse, o "IR só enxergaria" R$ 100 mil e não R$ 1 milhão, o que não ocorre na renda fixa e que lhe pode ser conveniente;

20. Há pelo menos dez casas de gestão de ações que, todo ano, conseguem superar o Ibovespa;

21. Ações são o melhor instrumento para se a previdência de seus filhos e netos. É algo que pode te dar 20% ao ano e não tem taxas de administração nem gessos para resgate;

22. Vale ou Bradespar: vale a pena ter em carteira;

23. Petrobras;

24. Confab;

25. Diagnósticos da América;

26. Telemar;

27. Localiza;

28. Weg;

29. AmBev;

30. Itaúsa;

31. Porto Seguro;

32. Unibanco;

33. TAM;

34. Sabesp;

35. Suzano Papel & Celulose;

36. Gerdau;

37. Braskem;

38. Americanas;

39. Randon;

40. Marcopolo;

41. Guararapes;

42. ALL;

43. Net;

44. Aracruz;

45. CPFL;

46. Perdigão;

47. Romi;

48. Marisol;

49. Brasil Telecom;

50. Cesp.

Marcos Elias é sócio da Galleas Ventures

E-mail melias@galleas.com.br

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Valor Econômico


Enviado por Ricardo Viana

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