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11 novembro 2006

Lucro da Petrobrás é de R$20 bilhões

O lucro da Petrobrás foi de R$20 bilhões nos três primeiros trimestres do ano. As explicações foram a alta do preço e maior produção. Mas interessante é a explicação do funcionário da empresa para as perdas na Bolívia e Venezuela: imateriais. Em contabilidade temos o conceito de materialidade e alguns autores fazem distinção entre materialidade e relevância. Talvez R$50 milhões seja imaterial para a empresa (acho que não é), mas é relevante. A seguir reportagem do Estado de S. Paulo de hoje:


Lucro da Petrobrás cresce 33% e supera R$ 20 bilhões

Alta do petróleo e aumento da produção nacional explicam resultado maior entre janeiro e setembro

Nicola Pamplona

A Petrobrás anunciou ontem o lucro recorde de R$ 20,719 bilhões até setembro, 33% maior que o do mesmo período de 2005. Segundo o diretor-financeiro da companhia, Almir Barbassa, o resultado decorre, principalmente, do aumento da produção e das altas cotações internacionais do petróleo.

No terceiro trimestre, o lucro líquido ficou em R$ 7,085 bilhões, 26% superior ao do mesmo período de 2005. Esse resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que esperava um recorde em torno de R$ 8 bilhões. Barbassa explicou que houve gastos extraordinários superiores a R$ 800 milhões, com injeção de gás nos poços e mudança de classificação por parte da Agência Nacional do Petróleo (ANP) de custos recuperáveis do projeto Marlim, maior campo produtor do país.

De janeiro a setembro, a Petrobrás produziu a média de 1,763 milhão de barris de petróleo por dia no Brasil, volume 6% superior ao do mesmo período de 2005. As vendas internas de combustíveis, por outro lado, cresceram só 2% este ano, o que garantiu o saldo de US$ 152 milhões na balança comercial de petróleo e derivados da empresa, com a exportação de 69 mil barris por dia a mais do que importou.

Barbassa admitiu que a empresa não conseguirá cumprir a meta inicial de superávit comercial de US$ 3 bilhões este ano. Segundo ele, as exportações vão crescer no último trimestre, mas o superávit deverá ficar em torno de US$ 500 milhões. 'Temos batido recordes de exportação, com a média de 450 mil barris por dia em outubro', afirmou.

A empresa garante que a auto-suficiência na produção de petróleo será mantida, mesmo que atrasos em algumas plataformas tenham levado a uma redução também das metas de produção, de 1,88 milhão de barris por dia, em média, durante o ano.

O resultado de janeiro a setembro sofreu impacto da alta de 25,92% nas cotações internacionais. Barbassa explicou que a companhia se beneficiou ainda do maior uso de petróleo nacional nas suas refinarias, que garante margem de lucro maior. No terceiro trimestre, o óleo nacional foi cotado por US$ 58,69 o barril, enquanto o Brent, negociado em Londres, ficou em US$ 68,49.

No terceiro trimestre, com a queda das cotações internacionais, a Petrobrás voltou a praticar preços de combustíveis acima da cotação do Brent, depois de quase um ano abaixo. Segundo Barbassa, o fato é um sinal de acerto na política de preços da companhia.

'Mantendo uma média de longo prazo, não transferimos para o Brasil a volatilidade do mercado externo e causamos impacto menor no comportamento dos preços no País', afirmou. A estatal não reajusta os preços da gasolina e do diesel desde setembro de 2005.

O diretor da Petrobrás informou que a empresa teve perdas de R$ 18 milhões no trimestre em relação aos impostos adicionais cobrados sobre a produção de petróleo e gás na Bolívia. No ano, as perdas com Bolívia e Venezuela somaram R$ 50 milhões. 'São imateriais', minimizou o diretor.

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