Os resultados da CSN e Usiminas foram afetados pelo câmbio e pela despesa financeira. Talvez a situação melhore nos próximos meses com a mudança cambial. A seguir reportagem do Estado de hoje sobre o tema:
CSN e Usiminas ganham menos
Perdas com o câmbio e com operações financeiras afetam o desempenho das siderúrgicas
Agnaldo Brito
O lucro líquido da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da Usiminas caiu no terceiro trimestre deste ano, de acordo com os balanços das duas empresas divulgados ontem. Segundo analistas, o aumento de despesas financeiras foi responsável pela queda do lucro. Apesar da redução além da expectativa do mercado, os analistas continuam confiantes no desempenho das duas empresas e mantém recomendação de compra dos papéis.
A tendência de retomada do crescimento da economia brasileira faz com que as expectativas sobre o desempenho das empresas no mercado interno melhore nos próximos meses. “A situação do setor é boa. Ainda que haja queda de preços no mercado internacional, a tendência de retomada do crescimento da economia brasileira garante um bom desempenho”, afirma Pedro Roberto Galdi, analista de mineração e siderurgia do ABN Amro.
A CSN apurou um lucro líquido 35% mais baixo do que o registrado no penúltimo trimestre do ano passado, o valor nominal baixou de R$ 516,8 milhões para R$ 334,2 milhões. Segundo Galdi, a despesa financeira da CSN cresceu substancialmente no último trimestre.
O saldo negativo do segundo trimestre deste ano para o terceiro subiu de R$ 101 milhões para R$ 437 milhões. “A informação no balanço é de que foi uma operação com derivativos a responsável por esse resultado”, explica. A explicação sobre a operação que impactou o resultado do trimestre deverá ser dada hoje, quando a diretoria financeira da empresa irá fazer a apresentação do balanço.
USIMINAS
O desempenho da Usiminas foi melhor que o da CSN, embora o lucro também tenha sido afetada por um resultado financeiro ruim. A siderúrgica obteve, segundo balanço, lucro líquido de R$ 715 milhões no trimestre, uma redução de 9% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o valor atingiu R$ 728 milhões.
Galdi, do ABN Amro, esperava um lucro líquido ligeiramente melhor, principalmente em razão da expectativa sobre a elevação do faturamento da companhia. A receita líquida da Usiminas chegou a R$ 3,127 bilhões e a expectativa do analista era de R$ 3,3 bilhões.
O presidente da Usiminas, Rinaldo Campos Soares, disse ontem que os principais fatores para a queda do lucro líquido da Usiminas no terceiro trimestre foram o câmbio e os preços menores dos produtos siderúrgicos. Apesar disso, ele apontou que o resultado foi melhor que o esperado. Ele explicou que, no acumulado de janeiro a setembro de 2005, o dólar médio esteve cotado a R$ 2,50, enquanto que, no mesmo período deste ano, a média foi de R$ 2,18. Soares afirmou ainda que os preços dos produtos siderúrgicos neste ano será menor do que o praticado no ano passado. “A demanda interna era muito grande no ano passado”, disse.
Para Cristiane Viana, analista de siderúrgica e mineração da Ágora Senior, o resultado da Usiminas foi considerado bom, embora tenha registrado ligeira queda do lucro líquido. “A Usiminas superou as expectativas. A pequena queda no lucro não chega a ser preocupante. A recomendação de compra das ações da empresa está mantida”, diz Cristiane.
Sobre a CSN, a analista considerou o resultado do 3º trimestre normal e não acredita que a redução do lucro irá comprometer o balanço final do ano. Ela lembrou que o problema com uma operação de derivativos no item “despesas financeiras” influenciou negativamente o lucro líquido. Segundo ela, foi uma operação de tesouraria a responsável pelo efeito negativo.
COLABOROU RAQUEL MASSOTE
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