O BNDES obteve um resultado de R$5,7 bilhões no ano (acumulado até setembro).
Lucro do BNDES sobe 132% no ano
Segundo Fiocca, solução para pendências antigas ajudou o banco a acumular resultado de R$ 5,7 bi até setembro
Jacqueline Farid
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem o lucro líquido de R$ 5,7 bilhões no acumulado de janeiro a setembro, um recorde, que significa aumento de 132% ante igual período de 2005. Apenas no terceiro trimestre, o lucro líquido foi de R$ 2,4 bilhões, 276% superior ao do mesmo período de 2005, de R$ 638 milhões.
Segundo o presidente da instituição, Demian Fiocca, o bom desempenho deve-se à melhoria dos resultados das empresas nas quais o banco tem participação acionária e à renegociação de pendências financeiras com clientes. O BNDES tem batido sucessivos recordes de lucro desde 2003, quando alcançou, pela primeira vez, a marca de R$ 1 bilhão. Este ano, até setembro, o resultado é 80% superior ao de ano inteiro de 2005, de R$ 3,2 bilhões.
Fiocca explicou que os resultados refletem a melhor situação financeira das empresas, que reduziram as dívidas e a inadimplência com o banco e possibilitaram a reversão das provisões de despesas no balanço. Nos últimos cinco anos, a despesa média do banco com provisões era de R$ 1,743 bilhão. No terceiro trimestre deste ano, houve receita de R$ 1,1 bilhão com a reversão das provisões, .
Segundo ele, também houve um 'esforço de gestão do BNDES', que solucionou 'pendências antigas'.Como exemplo, citou a participação do banco na reestruturação da Brasil Ferrovias, em maio, com a incorporação da empresa pela América Latina Logística (ALL).
Essa operação levou à troca da totalidade da participação do BNDES na Brasil Ferrovias por ações da ALL negociadas na Bovespa e rendeu ao banco R$ 1 bilhão em ações. 'Houve desempenho muito bom no sentido de renegociar algumas pendências que vinham sendo provisionadas como perdas', disse Fiocca.
O porcentual de inadimplência da carteira de crédito do banco foi de 0,55% no terceiro trimestre e de 0,69% em junho. Com isso, as provisões caíram de 3,83% no segundo trimestre para 3,22% no terceiro.
Além da reversão nas provisões, as operações com renda variável (carteira de ações) tiveram lucro líquido de R$ 3,02 bilhões no acumulado de janeiro a outubro e garantiram o resultado recorde do banco. 'A economia melhorou, as empresas tiveram mais lucro', justificou Fiocca.
Segundo o executivo, o lucro em renda variável 'mostra a qualidade da carteira do BNDES' e reflete o bom desempenho das empresas nas quais o banco tem participação no pagamento de dividendos aos acionistas. Além disso, avalia Fiocca, a 'percepção de solidez e perspectiva positiva das empresas' está se refletindo no seu valor de mercado e engordando as ações.
Os ativos do sistema BNDES totalizaram R$ 181,6 bilhões em setembro deste ano, com aumento de 3,8% ante o valor de R$ 174,9 bilhões de dezembro do ano passado.
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