Reportagem da Gazeta de hoje comenta que o Ibase terá mais rigor na concessão do selo ao balanço social.
Governança Corporativa - Mais rigor para ter selo do Ibase
São Paulo, 17 de Outubro de 2006 - Companhias terão que apresentar relatórios anuais no máximo até maio do ano seguinte. O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) vai aumentar o rigor para conceder selo ao balanço social. A partir de agora, companhias interessadas em conseguir a etiqueta devem apresentar o relatório anual até maio do ano seguinte. Para o coordenador de responsabilidade social e ética do Ibase, Ciro Torres, o objetivo da medida é criar um padrão mínimo que permita à sociedade identificar as empresas realmente interessadas no assunto e as que o fazem apenas por modismo. "Dependendo de quando o documento é apresentado, as informações podem ficar perdidas no tempo", diz Torres.
A ausência de rigor na apresentação do documento, segundo ele, é uma das explicações para poucas empresas obterem o selo. "Recentemente, algumas empresas nos consultaram querendo informações sobre como obter o selo para o balanço de 2005, mas ainda nem começaram a preparar o documento", diz.
Atualmente, cerca de 400 companhias adotam o modelo do Ibase para apresentar o relatório de suas atividades sócio-ambientais. No entanto, pouco mais de 10% delas conseguem o selo. Além disso, o número de aprovadas caiu de 64 para 52 entre 2004 e 2005.
Nos últimos dois anos, o Ibase vem reduzindo gradualmente os prazos para apresentação dos relatórios. Em 2005, as candidatas ao selo também foram submetidas a uma audiência pública, tendo que responder a críticas e dúvidas de ONGs, clientes e órgãos de defesa do consumidor, entre outros. "Nem todas as empresas querem se submeter ao crivo da sociedade", avalia.
Raio X
O Ibase prepara para 2007, no aniversário de dez anos de criação do selo, o resultado de um estudo sobre os avanços obtidos sócio-ambientais das companhias brasileiras. Sem citar números, Torres adianta que diversas empresas ampliaram os esforços em prol de maior diversidade de gênero e de raça entre seus funcionários. Em contrapartida, a maior parte dos relatórios ainda revela incoerência e confusão entre ações sociais e responsabilidade empresarial. Na última edição do prêmio balanço social promovido em parceria entre a Fides e o Instituto Ethos, 85% dos relatórios inscritos apresentavam incoerências. "Ainda percebemos diferenças entre o discurso e a prática", diz.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)
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