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25 outubro 2006

Estoques das montadoras

Reportagem do Wall Street fala sobre o problema dos estoques das montadoras.

Estoque em concessionárias pode ser problema maior do que Detroit admite
October 25, 2006 4:05 a.m.

Por Neal E. Boudette
The Wall Street Journal

Os estoques de veículos que as três grandes montadoras americanas estão acumulando nos pátios de suas concessionárias podem ser um problema maior do que os números das empresas indicam, dizem algumas pessoas no setor, e podem causar a elas mais dano financeiro em 2007.

A General Motors Corp., a Ford Motor Co. e a Chrysler Group, esta controlada pela alemã DaimlerChrysler AG, cortaram produção no terceiro e quarto trimestres na esperança de entrar no próximo ano com baixos estoques, o que as ajudaria a firmar os preços, e seus veículos a manter o valor.

Mas algumas pessoas na indústria automobilística acreditam que o método de Detroit para calcular os estoques resulta num quadro exageradamente favorável, porque agrega veículos vendidos a operadoras de frotas, como empresas de aluguel de carros. Uma melhor contagem envolveria apenas carros e caminhões que estão nos pátios das concessionárias, diz Michael J. Jackson, a maior rede de concessionárias de automóveis dos Estados Unidos, e uma grande varejista de marcas de Detroit como Ford, Chevrolet, Jeep e Chrysler.

"Se você simplesmente olhar o (número de) veículos que estão sendo vendidos para os clientes de verdade nas concessionárias, o que é um indicador real da demanda do consumidor, os estoques delas estão muito maiores do que deviam", disse Jackson.

As montadoras de Detroit geralmente reconhecem ter estoques maiores que os de rivais como a Toyota Motor Corp. Mas cortá-los pode ser mais difícil no próximo ano, porque muitos analistas prevêem que as vendas de veículos nos EUA vão declinar em conseqüência de um enfraquecimento do mercado imobiliário e uma desaceleração da economia. Ronald Tadross, um analista do Bank of America, disse esperar que as três grandes de Detroit reduzam a produção novamente no primeiro semestre do ano, em 8%.

Porta-vozes da Ford e da Chrysler disseram que suas empresas esperam que os atuais cortes de produção reduzam os estoques a níveis aceitáveis até o fim do ano. O porta-voz da Ford disse que é possível que a produção da montadora seja em alguns trimestres de 2007 menor que os níveis deste ano, por causa do desaquecimento da economia. Um porta-voz da GM disse que a empresa ainda não concluiu seus planos de produção para o primeiro trimestre .

Mas a Ford defendeu o padrão da indústria para calcular o estoque. A medida que Jackson sugeriu não leva em conta veículos que continuam no pátio das concessionárias, mesmo que estejam lá há meses, distorcendo a média porque alguns modelos vendem mais rápido, disse o analista-chefe de vendas da Ford, George Pipas.
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A GM deve divulgar hoje um lucro trimestral, ante um gigantesco prejuízo no terceiro trimestre de 2005. A Chrysler previu um prejuízo operacional de US$ 1,5 bilhão, embora sua controladora DaimlerChrysler deva continuar lucrativa. A Ford divulgou um prejuízo de US$ 5,8 bilhões na segunda-feira e disse que o quarto trimestre será ainda mais fraco, mas a GM e a Chrysler vêm prevendo que o pior ficará logo para trás.

As montadoras registram receita dos veículos que produzem, não das vendas nos pátios das concessionárias. Mas altos estoques podem deixar os concessionários relutantes em aceitar mais veículos, forçando as montadoras a desacelerar a produção.

Há décadas que Detroit calcula seu estoque tomando a média de veículos que vende a cada dia e dividindo-a pelo estoque total. Isso resulta no número de dias que levaria para vender todo o estoque. Cerca de 60 a 65 dias de estoque é considerado normal.

No fim de setembro, a GM, por exemplo, tinha 76 dias de estoque, segundo a firma de pesquisa de mercado Autodata. Mas contando os carros no pátio da concessionária, os veículos da GM vendidos em setembro ficaram no pátio 88 dias antes de serem vendidos, um número monitorado pela Edmunds.com, um site de venda de carros.

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