A influência do Futebol sobre os mercados, segundo reportagem do Jornal do Commercio de 07/06/2006:
Américas - Menos operações; mais Copa do Mundo
DA AGÊNCIA REUTERS
Em poucos dias, o verde dos campos de futebol roubará quase toda a atenção normalmente voltada para as telas com cotações de ações e títulos na América Latina, e a sorte das seleções será mais importante do que qualquer decisão do Fed. Tudo isso por causa da Copa da Alemanha, em que a América Latina e o Caribe terão sete representantes, sendo dois deles Brasil e Argentina grandes favoritos.
Em uma região apaixonada pelo futebol, os mercados já especulam como será a vida a partir de sexta-feira. No intervalo entre as partidas, as operações devem ocorrer a meia força. Já na hora dos jogos das seleções locais, os mercados ficam praticamente parados. Operadores de diferentes países consultados pela Reuters concordam que nesses momentos o ritmo dos negócios será guiado apenas pelo que ocorrer em Wall Street. "Estamos colocando vários televisores para que possamos ver os jogos", disse Álvaro Bandeira, da corretora de valores Ágora.
Em alguns bancos do México e da Argentina, entre outros, os próprios empregados compraram TVs, que serão sorteadas ao final da Copa. "O mercado ficará distorcido. Haverá negócios esporádicos de acordo com a urgência, mas a pausa será normal", disse José Ansa, dono da Ansa Corretores de Câmbio.
Influência
Os operadores admitem inclusive que o Mundial poderá influenciar o temperamento dos mercados, especialmente no Brasil, que vive clima de grande otimismo e tem a Copa como prioridade. Embora poucos admitam, operadores e analistas já "programaram" faltas e doenças passageiras entre a próxima sexta-feira e 9 de julho.
Devido ao fuso horário, dessa vez os operadores da América Latina devem acompanhar ao vivo, durante o expediente, a maioria dos 64 jogos. Com a instalação de TVs nas salas de operação, quem quiser faltar precisará ser bem criativo.
No Brasil, os bancos e a Bovespa foram autorizados a mudar seu horário de funcionamento em dias de jogos da seleção. "Já reorganizamos nossas reuniões dos comitês de investidores para que não coincidam com os horários das partidas", disse Manuel de La Torre, executivo de uma operadora de sociedades de investimento na Cidade do México, com filiais em mais de seis países, entre eles Argentina, Brasil e Estados Unidos.
A Bolsa argentina decidiu colocar um telão na sala do pregão. "Já existe um clima de Copa entre os investidores e operadores, é comum que nas conversas de negócios entrem temas do futebol", disse Juan Diderich, operador da Capital Markets Argentina.
No México, os operadores acostumados a apostar na Bolsa criaram um bolão eletrônico. Marco Delgado, mediador de mercados de dívida do BBVA Bancomer, não apostou na seleção do seu país.
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