Eis uma reportagem interessante publicada no Wall Street Journal de hoje:
Energética italiana Enel vê-se com poucas opções para seu gordo caixa
June 13, 2006 4:05 a.m.
Por Stacy Meichtry
The Wall Street Journal
ROMA — A Enel SpA, segunda maior empresa de serviços públicos da Europa em valor de mercado, tem um problema: está com sobra de dinheiro e não consegue achar onde gastá-lo.
Desde que foi privatizada, em 1999, a empresa tem tirado o máximo de sua posição dominante no lucrativo mercado italiano, gerando receitas de 35 bilhões de euros (US$ 44,2 bilhões) no ano passado e elevando seu valor de mercado para 42 bilhões de euros.
A empresa juntou um caixa de 15 bilhões de euros. Mas não pode investir muito mais em casa porque está limitada por regulamentações. Por outro lado, seus investimentos no exterior representam 5% da receita total. "Nós queremos e devemos crescer no exterior", disse o presidente do conselho da empresa, Piero Gnudi, no mês passado.
Isso não é fácil. No começo do ano, a Enel pôs os olhos na empresa francesa de serviços públicos Suez SA, que controla a belga Electrabel. Mas enquanto a Enel trabalhava numa possível oferta, o governo francês entrou na questão e, agindo em nome do patriotismo econômico, fundiu a Suez com a estatal Gaz de France SA.
[enel]
A Enel não desistiu de fazer oferta pela Suez até a fusão francesa ser completada no fim deste ano. A italiana ainda mantém uma linha de crédito de 50 bilhões de euros que separou para usar numa grande aquisição, e consultores da companhia ainda trabalham no projeto.
Mas a opção preferida da empresa seria negociar com a Suez para comprar alguns ativos da Electrabel, dizem pessoas familiarizadas com a questão. É possível que isso seja discutido hoje, em Paris, entre o primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, e representantes do governo francês.
A Electrabel interessa à Enel porque permitiria que a empresa italiana começasse uma rede européia de usinas de geração e redes de distribuição de energia elétrica. Isso lhe daria a combinação ideal de ativos de energia nuclear, a carvão e renovável.
"A Enel tem de ter uma presença européia" para continuar competitiva, disse recentemente ao Wall Street Journal o diretor-presidente Fulvio Conti. "Escala é um fator muito importante para se poder negociar com outros países que têm matérias-primas e fontes de energia como petróleo, gás e urânio." A Enel não quis comentar sobre uma possível oferta pela Suez ou compra de ativos da Electrabel.
Se a Enel não conseguir botar as mãos na Suez ou na Electrabel, não há muitos outros ativos na Europa que ela poderia comprar. Outros continentes não são uma opção porque a força de uma empresa de energia vem da criação de redes ao redor de seu mercado doméstico. "Não vejo oportunidades para grandes aquisições", diz Pia Saraceno, um economista do centro de estudos REF, de Milão, especializado em questões de energia.
O dilema da Enel é um indício dos problemas cada vez maiores que as empresas de energia da Europa enfrentam ao tentar se expandir para além das fronteiras nacionais.
Muitas dessas empresas — como a E.On AG da Alemanha, energética européia com maior valor de mercado, e a Gaz de France — são ex-estatais que agora têm grandes reservas de caixa e aspiram a tornar-se forças regionais.
Mas quando buscam ativos em outros países, as energéticas esbarram em protecionismo.
1) O que significa contabilmente o "caixa" da Enel?
2) Como é possível dizer que a empresa possui um "caixa gordo"?
3) Cite um motivo para a empresa ter um "caixa gordo"?
Professor,
ResponderExcluirAlgumas possíveis respostas sem a intenção de esgotar o assunto ou estar plenamente correto.
a) Disponibilidades da empresa passíveis de utilização imediata para novos investimentos e/ou liquidação de passivos contingentes (se houverem);
b) Analisando o montante do caixa em relação ao ativo total ou patrimônio líquido;
c) Certamente o nível de inadimplência nesse setor específico é quase nulo, contribuindo para esse cenário.
Atenciosamente,
Pedro Henrique
Pra mim a resposta deve ser dada de acordo com números.
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