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Mostrando postagens classificadas por data para a consulta CFC. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens
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04 abril 2025

Fundação IFRS: maior e com boa saúde financeira

A Fundação IFRS divulgou suas demonstrações contábeis anuais. O relato mostra uma entidade do terceiro setor que está cada vez maior, mas que ainda preserva uma boa saúde financeira. Como já havia ocorrido no ano passado, o documento piorou em termos de layout, com letras reduzidas, muitas vezes sobrepostas a fundos coloridos ou a fotos. Péssimo para quem deseja ler o texto, ao contrário das versões de 2020 e 2021, por exemplo.

Mas eis alguns números interessantes:

Desde a criação do ISSB, a Fundação mais que dobrou de tamanho em número de funcionários. Se há um aumento no escopo do trabalho da entidade, mais funcionários podem ser uma má notícia para a contabilidade: mais produção de documentos, alguns sem tanta relevância. Ao final de 2024, eram 369 funcionários, bem mais que os 156 de 2020. A decisão de repartir o ISSB por seis cidades do mundo — todas no primeiro mundo — também contribui para essa expansão. 

As receitas também cresceram. Antes, estavam na casa dos 30 milhões de libras; agora, estão próximas dos 70 milhões. O tema da sustentabilidade parece ter um atrativo substancial para os doadores. Uma consequência indireta é que o peso da contribuição das grandes empresas de auditoria (Big Four) diminui, o que é positivo.

Deixei para o final as doações realizadas pelo Brasil. Basicamente, os doadores são o Itaú, a Petrobras, o Ibracon e a B3. Mas, em 2024, houve uma redução significativa do dinheiro brasileiro — e a explicação é o Itaú. Desta vez, a instituição financeira não fez o cheque para a entidade. No passado, o ex-diretor Broedel fazia parte da burocracia da Fundação. Com sua saída do Itaú, pouco amistosa, nem mesmo a Fundação foi poupada. 

Mas fica a pergunta: por que a B3, o CFC ou outra grande empresa nacional não contribuem com a entidade do terceiro setor? Falta de credibilidade? Amarras burocráticas? Efeito carona? 




22 março 2025

Aprovação é igual a qualidade?

 

Lendo um comunicado antigo do CFC, da retrospectiva 2024:

A contratação da Fundação Getulio Vargas (FGV) para realizar as duas edições do Exame de Suficiência trouxe grandes ganhos à qualidade da avaliação dos futuros profissionais. Na primeira edição, foi alcançado o quantitativo de 18.898 aprovados, com um índice de 47,30%.

Como está no mesmo parágrafo, o texto passa a impressão de que qualidade na avaliação dos profissionais é igual ao aumento no número de aprovados.  Será que minha leitura estaria correta? 

Em outro trecho leio: 

Além dos exames, a área avançou em resultados relativos a outras iniciativas, como a aprovação da Resolução CFC n.º 1.246, de 2009

Inicialmente achei que a data estava incorreta. Mas parece que é isso mesmo. Eu não colocaria isso em um texto de retrospectiva. 

20 março 2025

Educação e sustentabilidade

Do CFC:


A International Federation of Accountants (Ifac) finalizou as revisões das Normas Internacionais de Educação (IES, na sigla em inglês) com o objetivo de assegurar que os profissionais da contabilidade de todo o mundo desenvolvam as competências certas para implementar os relatórios de sustentabilidade e as normas de asseguração de forma eficaz.

“A Ifac e seus membros trabalham juntos para moldar o futuro da profissão por meio do aprendizado, da inovação, de uma voz coletiva e de um compromisso compartilhado com o interesse público”, disse o diretor executivo da Ifac, Lee White.  As revisões das normas educacionais estabelecem uma base global de competência em sustentabilidade. Isso inclui as normas emitidas pelo International Auditing and Assurance Standards Board (Iaasb), pelo International Ethics Standards Board for Accountants (Iesba) e pelo International Sustainability Standards Board (ISSB), bem como aquelas em desenvolvimento pelo International Public Sector Accounting Standards Board (Ipsasb).

Foto: aqui

01 março 2025

Nova norma de PME


O International Accounting Standards Board (IASB) divulgou uma nova norma para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs). Trata-se da terceira edição da mesma norma, com ajustes para incluir os itens que avançaram em outras normas aplicáveis às grandes empresas.

O presidente do IASB, Andreas Barckow, foi só elogios, afirmando que a nova norma contribui para a entrega de informações mais qualificadas aos usuários das demonstrações contábeis. Isso inclui um novo modelo para o reconhecimento da receita, além de aspectos sobre combinações de negócios e instrumentos financeiros.

Como a nova norma foi divulgada no final de fevereiro, as empresas brasileiras ainda não possuem uma versão local. E, mesmo que houvesse, para ter validade no Brasil, a norma precisaria ser endossada por alguma autoridade nacional.

Tudo indica que haverá a adoção. Resta aguardar as providências do CFC nesse sentido.

 

13 janeiro 2025

GPT é aprovado no Exame

Veja que interessante: 

Este estudo teve como objetivo identificar o desempenho do ChatGPT no exame de suficiência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), considerando habilidades conceituais, procedimentais e atitudinais. As habilidades conceituais referem-se às teorias e conceitos da Contabilidade; as habilidades procedimentais envolvem regras e técnicas necessárias para os objetivos profissionais; e as habilidades atitudinais representam disposições adquiridas para avaliar e agir em relação a diversas situações. Foram examinados todos os exames aplicados pelo CFC entre 2018 e 2022, submetendo-os à ferramenta de Inteligência Artificial (IA). Os resultados mostraram que o ChatGPT foi aprovado na maioria das edições analisadas (8 de 10), com bom desempenho em itens “conceituais” e de “interpretação de texto”, mas obteve resultados insatisfatórios em questões “procedimentais” e “atitudinais”. Esses achados indicam que a IA enfrenta desafios em áreas relacionadas à prática profissional e à aplicação do conhecimento contábil. Embora tenha se saído bem em algumas edições, sua aprovação foi, em parte, facilitada pelo número de itens anulados, ressaltando a dificuldade em resolver problemas contábeis mais complexos. A crescente presença de tecnologias como o ChatGPT levanta questões sobre o futuro dos profissionais contábeis e a necessidade de adaptação a um ambiente em constante evolução, no qual a automação pode permitir que os contadores se concentrem em atividades estratégicas, como análise financeira e consultoria. Assim, este estudo traz contribuições para os contadores, educadores e órgãos de controle sobre o impacto da tecnologia na Ciência Contábil, refletindo sobre os desafios, oportunidades e riscos que a evolução tecnológica impõe.

Revista Catarinense da Ciência Contábil - De Crislanine Godke (UFPR), Oscar da Silva (UFMG), Romualdo Colauto (UFPR), Jacqueline Cunha (UFMG), Samuel Durso (UFMG)

Eis uma tabela do texto:



17 dezembro 2024

CFC e sua participação nos comitês internacionais de contabilidade

Do site do CFC:

A entidade participa de uma série de comitês, compostos por profissionais da contabilidade especializados, indicados pela entidade, que analisam documentos e desenvolvem os conteúdos das contribuições.

Quando as consultas são provenientes do International Accounting Standards Board (Iasb), o CFC participa da construção das sugestões por meio do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) do qual participa por meio de representantes. Somente de fevereiro a novembro de 2024, o grupo desenvolveu e enviou dez conteúdos. Essas contribuições podem ser conferidas aqui

Para os documentos disponibilizados pelo International Sustainability Standards Board (ISSB) e outras entidades relacionadas à sustentabilidade, o Conselho participa com comentários por meio de dois representantes no Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS). Para acessar as contribuições enviadas, clique aqui.    

A autarquia também trabalha para desenvolver cartas técnicas voltadas para a área pública. Dessa forma, para as normas internacionais de contabilidade aplicada ao setor público, o CFC elabora respostas para o International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB). Isso é feito por meio do Comitê Permanente para Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CP CASP). Veja os documentos aqui.

10 dezembro 2024

Mudanças futuras no RA

Do site do CFC:

O International Accounting Standards Board (Iasb) concluiu a tomada de decisão técnica sobre a versão revisada da Declaração de Práticas das IFRS 1 - Relatório da Administração. Agora, passará para a fase de elaboração, com a expectativa de que a Declaração de Práticas atualizada seja publicada no primeiro semestre de 2025.


A decisão de aprimorar o documento atende à demanda por melhores informações sobre os fatores que afetam ou poderiam afetar a capacidade de uma empresa de criar valor e gerar fluxos de caixa, inclusive no longo prazo. Ao finalizar o projeto, o Iasb fez melhorias específicas em suas propostas para apoiar o alinhamento com as Normas de Divulgação de Sustentabilidade IFRS e melhorar a conectividade nos relatórios das empresas. A publicação desta Declaração de Práticas também será um trampolim para uma maior integração nos relatórios no futuro.

O Iasb pretende que a Declaração de Práticas revisada forneça um recurso abrangente para reguladores e empresas para apoiar a melhoria e um maior alinhamento global em comentários da administração e relatórios semelhantes.

Confesso que achei a linguagem artificial. O link de origem, sim é uma tradução, empregou os mesmos termos. (E o curioso é que o CFC disse que "A reprodução deste material é permitida desde que a fonte seja citada.")

Sempre tive dúvidas se as empresas não deveriam ter um espaço onde pudessem ser livres para divulgar o que bem entende. Esse espaço seria o relatório da administração. Mas creio que a iniciativa do Iasb é contrária a isso. 

22 outubro 2024

Norma de sustentabilidade aprovada pelo CFC

Eis trecho da notícia:

As Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas para Divulgação de Informações sobre Sustentabilidade (NBC TDS 01 e 02) foram aprovadas na 1.112ª Reunião Plenária do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). (...) A vice-presidente Técnica da autarquia, Ana Tércia Lopes Rodrigues, destacou a finalidade desses normativos. “O principal objetivo é que as empresas possam, a partir de um levantamento daqueles itens de materialidade significativa, dentro do volume de informações contábeis que gerenciam, ter condições de identificar os itens com materialidade e reportar ao mercado de que forma as essas questões climática e de sustentabilidade impactam o negócio e a tomada de decisão dos investidores”, explicou.

A NBC TDS 01 tem o objetivo de estabelecer determinações gerais a respeito de divulgações de informações sobre riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade. A proposta é que esses dados sejam úteis para usuários de relatórios financeiros de propósito geral na tomada de decisões sobre o fornecimento de recursos para a entidade. O texto está alinhado com o documento IFRS S1 General Requirements for Disclosureof Sustainability-related Financial Information, emitido em junho de 2023 pelo International Sustainability Standards Board (ISSB).

O documento também determina como as entidades devem preparar e relatar suas divulgações financeiras relacionadas à sustentabilidade. O texto apresenta também os requisitos gerais para o conteúdo e a apresentação dessas divulgações. A proposta é que esses dados sejam úteis aos usuários na tomada de decisões relativas ao fornecimento de recursos à entidade.

A NBC TDS 02 está alinhada com o documento IFRS S2 – Climate-related Disclosures, emitido em junho de 2023, pelo ISSB. O texto contém as orientações da Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD, na sigla em inglês) e engloba requisitos de divulgação baseados no setor, derivados de Normas do Sustainability Accounting Standards Board (SASB).

Essa norma determina a divulgação de informações sobre riscos e oportunidades relacionados ao clima. O objetivo é que esses dados sejam úteis para usuários, no que se refere a relatórios financeiros de propósito geral na tomada de decisões relativas ao fornecimento de recursos para organização e que contemplem os seguintes elementos: riscos físicos; riscos de transição; oportunidades disponíveis para a organização.


(...)

Tenho duas considerações aqui. Em primeiro lugar, o CFC, ao adotar as normas do ISSB, também trouxe para si a responsabilidade de evidenciação por parte do profissional contábil de cada empresa. Isso implica, igualmente, uma responsabilidade do próprio Conselho em fiscalizar e punir o descumprimento das normas. Podemos até questionar se o profissional tem autoridade suficiente para impor essas normas dentro de uma empresa. Esse aspecto não tem sido abordado nos textos oficiais do Conselho. O segundo ponto é que o Conselho optou por discutir o documento, e não apenas endossá-lo. Se, por um lado, isso aumenta a legitimidade do processo, por outro, pode resultar, inclusive em documentos futuros, em uma norma brasileira que não seja plenamente alinhada com as normas internacionais.

24 junho 2024

Iasb e Relatórios da Administração

Do CFC:

O International Accounting Standards Board (Iasb) decidiu, por unanimidade, revisar a Declaração de Práticas das IFRS: Relatórios da Administração. O objetivo da iniciativa é aperfeiçoar a proposta, conforme estabelecido na minuta de exposição do tema. A previsão do Iasb é emitir a Declaração de Prática revista no primeiro semestre de 2025.

A decisão de melhorar a Declaração de Práticas das IFRS: Relatórios da Administração é resposta à procura por melhores informações sobre os fatores que afetaram ou poderão afetar a capacidade de uma empresa criar valor e gerar fluxos de caixa, inclusive no longo prazo.

As normas IFRS não exigem que as empresas preparem Relatórios da Administração. No entanto, muitos reguladores de valores mobiliários exigem um relatório semelhante. O Iasb acredita que essa revisão forneceria um recurso abrangente para reguladores e empresas apoiarem a melhoria e um maior alinhamento global nesses tipos de relatórios.(...)

Este será uma norma aparentemente fácil de ser elaborada. Mas espero que o resultado não seja um texto engessado.

01 abril 2024

Boeing e regulador

Os problemas da Boeing persistiram nos últimos dias e, na semana passada, tanto o CEO quanto o presidente do conselho anunciaram que estariam saindo da empresa. Talvez o principal problema esteja relacionado com o avião 737 Max, que sofreu dois grandes acidentes aéreos (Indonésia, em 2018, e Etiópia, em 2019), com 346 pessoas. Os problemas com o jato não surgiram por acaso, mas estão vinculados à cultura organizacional, focada na eficiência, redução de custos e metas financeiras de curto prazo.

Mas há um problema que tem sido destacado pela imprensa: a relação estranha entre os reguladores e a empresa. Conforme Cory Doctorow:

Em um mundo ideal, eu nem precisaria pensar nisso. Eu poderia confiar que reguladores publicamente responsáveis estavam fazendo seu trabalho, garantindo que os aviões estivessem em condições de voo. "Caveat emptor" (comprador, esteja atento) não é forma de administrar um sistema de aviação civil. (...)

Existem dezenas – centenas! – de questões técnicas de vida ou morte que você precisa resolver todos os dias apenas para sobreviver. Deve-se confiar no firmware de freios ABS do seu carro? E sobre as regras de higiene alimentar nas fábricas que produziram os alimentos no seu carrinho de compras? Ou na cozinha que preparou a pizza que acabou de ser entregue? A escola do seu filho está ensinando bem, ou eles crescerão ignorantes e, assim, serão atropelados economicamente?

Mas para que nossa vida seja possível, precisamos de reguladores que façam seu trabalho corretamente. Os problemas com a Boeing trouxeram uma análise sobre o papel do regulador; nos Estados Unidos, seria uma agência com a sigla FAA, que delegou à Boeing – você não leu errado – a certificação de que seus aviões são seguros. Não é preciso ser um especialista em aviação para saber que isso não é uma medida adequada.

Agora, olhe para o processo regulador da contabilidade. Há muitas entidades, como IASB, sistema CPC/CFC, CVM e outras. Você estaria satisfeito com a qualidade do produto que a contabilidade está entregando à sociedade? Há muitas pessoas que responderiam não, como Renato Chaves do Blog de Governança. Acredito que podemos aprender com o que está ocorrendo com a Boeing, olhando de maneira crítica, o que pode melhorar o processo.


Uma medida simples que podemos adotar é proibir a porta giratória nas entidades reguladoras contábeis. Outra, é aumentar a diversidade dessas entidades, não somente de gênero, mas também geográfica e origem. A vantagem da nossa área é que existe muita pessoa competente para ajudar. 

09 fevereiro 2024

Capitalismo e Caridade

Scott Alexander, no astralcodexten.com, apresenta algumas reflexões interessantes sobre capitalismo e caridade. É um texto comparativo entre os dois para tentar chegar a resposta de qual é o melhor. Parece algo estranho a comparação, mas não tanto quando lemos o texto. Vou tentar resumir os argumentos dele a seguir.


Inicialmente parece inegável que os países que ficaram ricos, assim o fizeram a partir do capitalismo. Isto inclui, por exemplo, os Estados Unidos, a Alemanha e, mais recentemente, a Coreia e Japão. Aqueles que tentaram outro caminho aparentemente fracassaram, como é o caso notório da extinta União Soviética. Se existem pessoas boas no mundo e estas querem ajudar os outros, talvez seja interessante deixar de lado a caridade, pura e simples, e passar a “doar para o capitalismo”. 

Algumas opções que podem incluir a doação para capitalismo: gastar o dinheiro com algo desejável e com empresas eficientes ou doe para instituições que busquem promover o capitalismo de alguma forma. 


A partir desta ideia, Alexander comparar gastar dinheiro com Instacart – uma espécie de Uber de compras, versus uma instituição de caridade que promove água potável para população carente. Esta instituição de caridade é uma escolha do GiveWell, o que significa, em outras palavras, que é algo sério. Se você tivesse um milhão para gastar para fazer o bem, qual seria a melhor opção? O senso comum escolheria a entidade do terceiro setor. Mas Alexander mostra que “doar” para o capitalismo pode criar empregos, promove uma empresa que tem uma continuidade clara, há efeitos de segunda ordem (o salário do empregado da Instacart gera outros benefícios indiretos), há um retorno do investimento, entre outros aspectos. 

Portanto, diante dessas considerações, a abordagem proposta por Scott Alexander nos leva a repensar a tradicional dicotomia entre caridade e capitalismo. A sugestão de investir no capitalismo como uma forma de impacto social, ao criar empregos, gerar benefícios indiretos e promover a continuidade de empresas eficientes, oferece uma perspectiva intrigante.


Entretanto, a carência de entidades do terceiro setor que promovam o capitalismo de maneira séria apresenta um desafio significativo. Nesse contexto, surge a indagação sobre a possibilidade de entidades como o sistema CFC desempenharem esse papel crucial. Seria o momento de repensar o papel das organizações não governamentais e filantrópicas, buscando formas inovadoras de promover sua contribuição para a vida das pessoas. 

Foto: aqui, aqui e aqui

06 novembro 2023

IX Congresso da UnB

Com a proposta de fomentar a análise crítica no seio da comunidade acadêmica e na sociedade, a Universidade de Brasília (UnB) realiza, nos dias 8 a 10 de novembro, no Campus Darcy Ribeiro, o 9º Congresso UnB de Contabilidade e Governança (CGUnB).

Na oportunidade, serão debatidas as direções e características das pesquisas em contabilidade e finanças no Brasil e no mundo, explorando os aspectos teóricos, metodológicos e empíricos, de modo a incentivar o avanço da produção científica nessa área.

O CGUnB oferecerá palestras, workshops e fóruns de discussão sobre as pesquisas mais recentes no campo da contabilidade e da governança. Além disso, por ser um ambiente de construção de redes de contatos, permite o estreitamento dos laços entre pesquisadores do Brasil e do exterior, bem como a aproximação entre o trabalho acadêmico e as necessidades do mercado.

As palestras serão ministradas por renomados pesquisadores e profissionais da área, tais como Patrícia Dechow, doutora e professora de Contabilidade, Finanças e Economia Empresarial na Universidade da Califórnia, Berkeley; Thomas Ahrens, professor de Contabilidade na Universidade dos Emirados Árabes Unidos (UAEU); e Jacob Soll, professor de Filosofia, História e Contabilidade na University of Southern California.

O evento é uma excelente oportunidade para expandir os conhecimentos sobre os temas mais relevantes da contabilidade e da governança, uma vez que o participante poderá se aprofundar em assuntos como auditoria, controladoria e compliance.

Fonte: CFC

04 outubro 2023

Brasil, norma contábil e a sustentabilidade

Quando a Fundação IFRS criou o ISSB, confesso que estranhei a ausência do Brasil no Board. Afinal, a questão ambiental teria uma expressão importante para um país que ainda preserva boa parte das suas florestas, possui uma grande geração de energia limpa e muitos parques nacionais. Agora, segundo o site do CFC, o Brasil irá apoiar na implementação das duas normas ambientais já emitidas. Eis a notícia:


O TIG foi criado para apoiar a implementação das IFRS S1 e IFRS S2, com o objetivo de fornecer um fórum público para qualquer parte interessada em partilhar questões de implementação com o ISSB e acompanhar a discussão delas. As discussões ajudarão o ISSB a determinar quais ações serão necessárias, se houver, para resolver as questões de implementação. As possíveis ações incluem o fornecimento de materiais de apoio, como webinars, estudos de caso e outros materiais educativos.

O grupo é composto por 17 membros, dos quais 13 são preparadores e quatro são prestadores de garantias; além de incluir, adicionalmente, observadores oficiais. Os membros foram nomeados com base no seu profundo conhecimento técnico em sustentabilidade e/ou relatórios financeiros. A adesão reflete uma forte participação global, com representação das seguintes jurisdições: Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Finlândia, Alemanha, RAE de Hong Kong, Japão, Malásia, Nigéria, África do Sul, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos da América.

foto: Dave

12 julho 2023

Resultado do Exame de Suficiência

O CFC divulgou algumas estatísticas sobre o Exame de Suficiência. O Exame de Suficiência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é uma avaliação obrigatória para os graduados em Ciências Contábeis no Brasil que desejam obter o registro profissional e exercer a profissão contábil. O exame é realizado duas vezes por ano e abrange diversos temas relacionados à contabilidade, como contabilidade geral, custos, auditoria, legislação profissional, ética, entre outros. 

O objetivo do exame é garantir que os profissionais contábeis possuam o conhecimento necessário e estejam aptos a exercer a profissão de forma ética e competente. A aprovação no exame é um requisito para obter o registro junto ao Conselho Regional de Contabilidade (CRC) e exercer as atividades contábeis no país.

Eis alguns números

O estado com menor percentual de aprovação foi o Acre (6,92%) e a maior taxa de aprovação é de Santa Catarina (22,43%)

O maior percentual de ausentes foi do Amapá (29,52%) e o menor foi no Paraná (16,19%)

A região com maior percentual de aprovação foi o Sul (21,76%). A seguir Sudeste(19,67%), Nordeste (15,44%), Centro Oeste (14,77%) e Norte (8,73%)

O percentual reduzido pode ser bom para o profissional. O rigor no exame é uma maneira de evitar que profissionais de baixa qualidade ingressem no mercado de trabalho. E é um acerto de contas com algumas instituições, que não conseguem aprovar nem 10% dos seus formandos. Isto sem falar nas instituições cujos formados sequer tentam fazer o exame, pois sabem que não terão chances. 


13 junho 2023

Americanas, novela continua - 3

O presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Aécio Prado Dantas Junior, compareceu a uma audiência pública na Câmara dos Deputados, a convite da CPI das Americanas, para prestar esclarecimentos sobre o processo de fiscalização relacionado às supostas inconsistências contábeis da empresa Americanas S.A. Ele explicou que, após a detecção das inconsistências, o Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro instaurou um processo administrativo para apurar a conduta dos profissionais envolvidos.


Dantas destacou que, como entidade fiscalizadora da profissão contábil no Brasil, o CFC está seguindo o devido processo legal, garantindo o direito ao contraditório e à ampla defesa dos profissionais e empresas envolvidos. Ele ressaltou que, caso sejam comprovadas infrações, serão aplicadas penalidades que variam desde advertência e multa até a cassação do registro profissional.

Baseado CFC. Foto: Priscilla Du Preez

06 fevereiro 2023

Pesquisa de satisfação do CFC tem um erro de cálculo

De uma página do Conselho Federal de Contabilidade:

A meta de 2022 para o grau de satisfação dos profissionais de contabilidade era de 70%, porém o resultado obtido foi de 76,99%, ou seja, 109,99% de desempenho.

Já no índice de avaliação da profissão contábil perante a sociedade, com meta também de 70% para o período, o resultado alcançado foi de 87,50% e, assim, o desempenho ficou com a marca de 125,00%.


Esclarecendo: 

O CFC fez uma pesquisa de opinião entre os profissionais. A resposta variava entre 1 e 5. Neste ponto vamos tentar extrapolar que o resultado da escala Likert foi transformado em uma escala decimal, de 0 a 10. O Conselho definiu que 7 seria a nota de aprovação. Acho que isto é bem razoável, embora a pesquisa pudesse usar logo a escala de 0  a 10. Ou o resultado trazer o valor obtido entre 1 e 5. 

Agora, se a nota obtida foi 76,99% e a meta era 70%, afirmar que o desempenho foi de 109,99% é ... 

[Complete como achar melhor] [O print da tela está abaixo, para quem não acredita no que leu...]

Na verdade, a variação seria de 9,99% acima da meta ou [76,99/70 - 1] x 100.  

Obviamente dizer que o valor ficou 109,99% da meta é melhor que 9,99%. Mas isto me faz lembrar de um livro publicado nos anos 50, sobre estatística. (Sabem qual?)

Para finalizar: seria interessante que divulgasse não somente a percentagem, mas as estatísticas descritivas (tendência central, dispersão, assimetria e curtose).